Not Like The Movies

terça-feira, 31 de janeiro de 2012


 Capítulo 4 – O inesperado 
           
A viagem foi curta, aproximadamente quinze minutos sobrevoando uma grande área verde de alguma cidade dos Estados Unidos. Depois que o jatinho pousou em solo, Justin pegou um carro que estranhamente já estava a nossa espera e dirigiu continuamente por uma estreita estrada de terra cercada de uma vegetação desconhecida. Descansei minha cabeça no assento me perguntando o que Justin estava planejando, imaginando mil hipóteses de onde iríamos e o que iríamos fazer quando chegássemos lá.
Eu devia estar muito concentrada em meus pensamentos, pois não notei que Justin tinha parado o carro. Ele abriu minha porta e tocou o meu braço para chamar a minha atenção. Estendeu-me a mão, e quando a segurei me ajudou a descer do carro.

Meus olhos percorreram o lugar olhando minuciosamente cada detalhe. A primeira coisa que se notava era o verde predominante cercando a propriedade por todos os lados. Árvores rodeavam uma pequena casinha rústica que aparentemente parecia ser feita por pedras e madeira. E apesar da simplicidade, a casa era encantadoramente linda e aconchegante. As flores e arbustos milimetricamente aparados e visivelmente bem cuidados davam um bonito colorido ao lugar. Podíamos nos ver no reflexo do lago que se estendia poucos metros ao lado da casa.

Justin olhava pra mim com ansiedade em seus olhos, e através deles eu soube qual pergunta provavelmente rondava sua cabeça: “Você gostou?”. Sorri pra ele, mostrando o quanto eu tinha amado aquilo tudo.


***


            Durante a manhã passeamos pelos limites da propriedade, aproveitando a visão privilegiada que o dia nos presenteava. Pássaros se exibiam no céu com seus vôos cheios de trejeitos; a distância podia-se ouvir o zumbir dos grilos, ainda que fossem quase num sussurro; o vento cortante de outono soprava entre os galhos das árvores, fazendo despencar as folhas secas e doentes que neles viviam. De mãos dadas, passamos nosso tempo olhando para a complexidade da natureza, nos perguntando como Deus poderia ser mais perfeito. Quando o sol começou a esquentar e se tornar quase impossível de se suportar, nos demos conta de que já era mais das onze horas da manhã. Então decidimos começar a nossa caminhada de volta a casa.  


— O que você acha de tomarmos um banho de lago mais tarde? – Justin perguntou enquanto almoçávamos.
— É uma ótima ideia, assim amenizamos o calor que está fazendo hoje.
— Eu sempre tenho ótimas ideias! – ele piscou um olho sorrindo debochado, e depois bebericou sua coca-cola. Suspirei revirando os olhos.


            Remexendo na mala que Justin arrumara para mim, me dei conta de uma coisa: Justin já havia planejado tudo o que iríamos fazer durante a viagem. Havia pelo menos dois pares de biquínis dentro da mala, três vestidos, quatro blusas, três shorts e uma saia, uma camisola e mais alguns itens. Foi então, quando de súbito, me perguntei qual a verdadeira razão de termos ido para lá. Pois, lá no fundo – bem lá no fundo da minha consciência –, eu sabia que ele não faria tudo isso por nada. Tinha alguma razão por trás disso tudo.
Alguma razão na qual eu iria descobrir muito em breve.



Você pula primeiro. – gritei a beira do lago. Ao meu lado Justin fazia cara de indignação.  
— Por que eu? – indagou.
— Porque, primeiro, você me sequestrou; segundo, você...
— Quê? Não te seqüestrei.
— Cala a boca e fica quietinho, não terminei. Segundo...
— Você não pode me mandar calar a boca.
— Posso sim. Para de ser chato e fica calado.
— Então me faça um favor, venha me calar.
— Tudo bem. – me aproximei, ficando de frente para ele. Apenas a cinco centímetros de distância da sua boca. – Feche os olhos.

Quando seus olhos lentamente se fecharam, silenciosamente, dei um passo para trás e o rodeei rapidamente, me posicionando atrás dele. Minhas mãos apalparam suas costas e com um leve impulso no meu corpo eu o empurrei. Vi quando ele perdeu o equilíbrio e caiu com tudo na água. Eu iria cair na risada quando notei algo estranho, Justin não emergira para a superfície. E num ato desesperado pulei na água, pensando somente em encontrá-lo. Como uma corrente elétrica, o medo de que algo tivesse acontecido com ele por minha causa percorreu meu corpo.
Eu me senti inteiramente culpada, uma fraca que caiu na rotina de sempre cometer erros, erros os quais sempre botavam vidas em risco. Senti-me uma idiota por pensar que seria como nos livros de romance, que seria perfeito. Mas o que havia de perfeito em mim? O que havia de perfeito no que eu fazia? Absolutamente nada.
Quando emergi à superfície para tomar fôlego me deparei com Justin sã e salvo bem à minha frente. Ele estava sorrindo como se nada tivesse acontecido, como se todo o meu desespero tivesse sido em vão. Na verdade, foi.

— Idiota! – gritei. – Eu pensei que tinha se afogado.
— Desculpa, não precisa ficar assim.
— Não precisa? Eu já estava planejando pular de outro penhasco se não te achasse. Você não faz ideia do quão desesperada eu fiquei.
— Amor, ei, olha pra mim. – colocou a mãos no meu rosto me fazendo olhá-lo. – Já passou, ok?
— Eu sei, mas você me assustou.

Olhei em seus olhos por um momento e vi o quanto eu tive sorte de não tê-lo perdido. Se um dia eu tivesse que perdê-lo, não sabia o que faria, pois ele era meu tudo, meu ar, minha vida. Ao seu lado eu me sentia normal, me sentia uma rainha. 

Aproximou-se, colando nossos corpos e iniciou um beijo. No instante que seus lábios encostaram-se aos meus, me esqueci de tudo ao redor. Não havia mais água, não havia mais casa, não havia mais árvores. Apenas eu e ele, tornando-se um só.



***



            Deitei-me na grama enchendo meus pulmões com o aroma das orquídeas. Senti Justin segurar minha mão enquanto fazia o mesmo. O sol reluzia em nossos rostos, lançando um brilho nos olhos de Justin.

— Justin, – comecei – eu sinto que não estou sendo sincera com você. Desde que eu saí do hospital há algumas semanas, não temos tocado nesse assunto novamente. Eu poderia te dizer que tenho uma explicação pra isso tudo, mas a verdade é que eu não tenho.
            Suspirando profundamente ele fechou os olhos. — Então você quer dizer que simplesmente se jogou de um penhasco sem nenhum motivo e só?
— Não, veja bem. – me sentei, ele fez o mesmo. – Lembra quando você me chamou de tola, fraca e sem fé?
— Eu me odeio por ter feito isso... mas, por favor, não me diga que foi esse o motivo.
— Não, não foi. Sério. – inspirei me concentrando nas palavras, tendo consciência da tensão que pairava sobre meus músculos, e depois expirei sentindo meus ombros relaxarem. – Bem, eu passei um tempo refletindo sobre isso e cheguei a conclusão de que, no fim, você sempre esteve certo. As minhas atitudes não eram maturas, eu nunca fui matura. Realmente você esteve certo, eu nunca lutei por meus sonhos, devido ao medo. Medo de que desse errado, medo de que eu não alcançasse minha meta e me machucasse. Eu ainda me pergunto se eu mereço você. A resposta é que não. Nunca mereci tudo o que você fez por mim, nunca mereci tudo o que você lutou por mim e tudo o que você perdeu por minha causa. Será que estou sendo justa te prendendo ao meu lado? Será que eu estou sendo justa quando praticamente te forço a fazer as coisas do meu jeito? Você sabe a resposta. Eu também sei. – fechei os olhos impedindo de uma lágrima descer – Justin, eu acho que, pra sua felicidade, não podemos ficar juntos. – minha voz falhou ao final da frase. Senti um aperto no meu peito que me fez ficar sem ar. Aquelas palavras foram as mais difíceis que eu já pronunciara um dia. Mas era preciso. Por mim e principalmente por ele.

Principalmente por ele.

— Agora é a minha vez. Primeiramente, eu não vou terminar com você e nem você vai terminar comigo. Nós dois sabemos que não funcionamos corretamente quando estamos separados. Você foi feita sob medida pra mim, para satisfazer minhas necessidades, assim como eu fui feito pra você. – ele me olhou fixamente nos olhos. – Você é minha morfina. Você é minha droga e agora que estou viciado, não posso deixá-la. Não vou deixá-la.
— Justin, você sabe que...
— Que nós somos perfeitos juntos. Você é a Julieta e eu sou o Romeu. Eu preciso de você tanto quanto preciso de oxigênio… Talvez até mais. – ele esticou o braço pra tocar meu rosto, acariciando gentilmente minha bochecha. – Acho que está na hora de saber porque viemos aqui.


'Cause I know you're out there
And you're, you're looking for me
It's a crazy idea that you were made
Perfectly for me you'll see


            Revirou o bolso da calça tirando de lá uma pequena caixinha preta e abriu-a, revelando um anel de prata com uma pedra de diamante na superfície. Meu coração disparou.

Quer casar comigo? 



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Escritora: Minhas fofas, esse foi o último capítulo de Not Like The Movies, porém ainda tem o epílogo, que se trata do desfecho. Não vai ser algo muito grande, mas acho que vão gostar. 

Eu quero desejar parabéns suuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuper atrasado pra Júlia, minha amiga e leitora fiel. Júlia, agradeço muito os comentários e tudo mais. Love ya, babe!

Enfim, obrigada a quem acompanhou a história até aqui. Ah, e também quero avisar que eu vou postar uma nova história, então não se preocupem, okay? 

Vejo vocês no epílogo! 

5 comentários:

  1. Sua Imagine é perfeita! Realmente mágica :)

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  2. Muito, muito, muito fofo. Melhor IB de todos os tempos ;)

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  3. Ain meu Deus, que fofo!!! Continua Débora, tu realmente é uma diva, viu?= D Bjs! <3

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  4. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH DÉEH MINHA LINDA! Que lindo, chorei aqui. *O* Obrigada pelo parabéns amor! Tudo de bom pra você.
    Posso falar uma coisa: Se não fosse você acho que eu não gostaria de fanfics :S Por que tem umas MUITO idiotas, sério, retardadas mesmo. Mas a sua não, a sua devia virar um livro - sempre disse isso . Com as suas fanfics eu tomei gosto pela coisa. Você é a minha diva. Espero que venha muitos e muitos anos por ai, lendo a sua #IB e sonhando com as cenas de noite!!! Kkkk' te amo baby *o*

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