—
Já sabe o seu pedido? – Justin perguntou pondo o cardápio sobre a mesa, ajeitando-se
em seu acento e voltando sua atenção para Rebecca, que estava sentada na
cadeira a sua frente.
Rebecca correu os olhos rapidamente sobre
o menu em suas mãos. — O que você pedir está ótimo para mim. – Pendeu a cabeça
para o lado, meditando rapidamente. – Bem, a menos que você peça camarão. Odeio camarão, –
fez uma careta.
Ele riu enquanto chamava o garçom, e após
fazer o pedido, voltou seus olhos novamente para ela.
— Me pergunto se fiz uma boa escolha em
relação ao restaurante. – disse em tom de pergunta, franzindo o cenho.
Rebecca lançou seu olhar ao redor,
inspecionando o local. As mesas eram distribuídas pelo grande salão
estrategicamente, de modo que os garçons pudessem fluir livremente durante seus
percursos em direção aos clientes. Lustres em cascatas com suas pontas em formato
de pequenos corações revestidos por pedras brilhantes iluminavam o ambiente. As
paredes tinham sempre cores tênues, algo como bege ou branco neve. Peônias de
um rosa desbotado enfeitavam os grandes vasos marfins que circundavam todo o
restaurante, atribuindo-lhe um ar leve e aconchegante.
— Sim. É muito agradável e acolhedor. – sorriu.
Rebecca tentou conter o riso quando Justin
suspirou em alívio, visivelmente relaxando em seu acento. Achava engraçado que
estivesse nervoso apenas para poder agradá-la.
— O que há de tão engraçado? – indagou
fingindo uma carranca.
— Você.
— Eu? Você está rindo as minhas custas,
Srta Packwood? – questionou fingindo indignação. – Será que posso saber o por
quê?
— Não, Sr.
Bieber. – respondeu em tom de brincadeira.
— Então você
ri de mim e não quer me dizer o motivo? – ergueu uma sobrancelha.
—
Exatamente.
— Sendo
assim, saiba que isso não irá ficar barato, Srta Packwood. – deu-lhe um sorriso
malicioso.
— Esperarei
ansiosa pelo seu plano maligno. Sabe por que? Eu não tenho medo de você, Sr.
Bieber. – disse desafiadora, inclinando-se sobre a mesa em uma provocação
corporal. Porém, quando olhou em seus olhos, não conseguiu conter o riso e
assim os dois acabaram caindo na gargalhada em meio a um restaurante lotado de
pessoas ricas e, até em alguns casos, mesquinhas, que lançaram sobre eles um
olhar repreensivo.
Quinze
minutos depois, Rebecca e Justin comiam arroz milanês acompanhado por frango ao
curry como prato principal e tomavam Pouily Fumei, um vinho
levemente adocicado e muito requintado, enquanto dialogavam sobre a vida e
quais caminhos queriam traçar. Falavam sobre suas incertezas e como estavam
inseguros com algumas escolhas que fizeram, sobre o trabalho de ambos e de como
se esforçavam para darem seu melhor em tudo o que faziam.
— Quero te
levar a um lugar especial quando sairmos daqui. – Justin pronunciou ao passo
que comiam a sobremesa, uma torta de morango bem elaborada e pecaminosamente
deliciosa.
— Onde? – questionou curiosa.
— É apenas um lugar onde costumo ir. Não é
grande coisa, – deu de ombros.
***
Estava tão
distraída em seus pensamentos que só notou chegarem ao destino quando Justin já
tinha aberto sua porta e mantinha sua mão erguida no ar para lhe ajudar a
descer do carro. Deslizando sua mão na de Justin, ela saiu graciosamente do
carro, dando-lhe um sorriso em agradecimento.
E só quando os
saltos de seus sapatos colidiram contra um chão fofo e umedecido, ela se deu
conta de que ainda não inspecionara o lugar. Olhando em volta, tudo o que via
eram algumas árvores mergulhadas na escuridão, com seus galhos em forma de
tentáculos tremulando ao vento e as folhas dançando junto à brisa noturna. Havia
também bancos de madeira cor de rosa, que apenas podiam ser notado por causa da
luz dos faróis do carro. Um lago estreito serpenteava ao oeste, com o brilho da
lua refletindo na água.
— Onde
estamos? – inquiriu ela, andando um pouco mais a frente.
— Los Angeles Grand
Park. – respondeu com os olhos brilhando, um pequeno sorriso surgindo furtivamente
nos cantos de seus lábios.
— Sério?
Meus pais me trouxeram aqui uma vez quando eu era criança.
— E você viu a fonte?
— Vi, mas era de dia, então não havia
luzes.
— Então hoje você verá um espetáculo de
cores e acrobacias feitas pelas águas. – pegou em sua mão e a puxou. – Vem!
Rebecca
surpreendeu-se ao ver a grande ponte luminosa, jorrando água alaranjada para
cima e em seguida caindo como uma grande cascata em torno de si. E então as
luzes começaram a mudar desde verde limão à rosa e roxo neon, a água alcançando
o céu e logo após curvando-se em uma gaiola enquanto caía. A cada cor nova, um
novo esquema. E assim se repetia: a água beijando o céu e, uma vez que
alcançava seu ápice, despencava majestosamente.
Justin,
retirando os seus sapatos e pedindo para que ela fizesse o mesmo, continuou
puxando-a através da água até mais próximo a fonte. Assim eles podiam
maravilhar-se de perto, vendo o show em sincronia da água colorida diante de si
com seus pés submersos.
— Isto é
fantástico! – Rebecca pronunciou maravilhada, olhando-o com um sorriso
gigantesco.
Quando
voltaram para onde o carro estava estacionado, Justin retirou do porta-malas um
pando grande e fino com listras vermelhas e o estendeu sobre a grama verde,
onde se sentaram, tendo a visão ampla do lago a sua frente, deleitando-se com a
brisa noturna agradável que os rondava.
— Você não vai desligar os faróis?
— Não, eles serão nossas lanternas por
hoje.
— Oh, certo! – Voltou seus olhos para o
lago, observando a lua reluzir sobre a água. Meditava sobre a conversa e as
risadas no restaurante mais cedo naquela noite; sobre o passeio de mãos dadas ao
redor da ponte; pensava até mesmo na noite em que o conhecera, aquela noite em
que o levara para a casa de sua tia para cuidar de seus ferimentos. E agora eles
estavam ali lado a lado sentados no chão, um pano fino e listrado os separando
da grama ainda úmida.
Isso tudo era tão novo e tão estranhamente
bom. Rebecca nunca pudera imaginar que estar com alguém como o Justin era assim
tão... reconfortante.
–
Eu queria saber de uma coisa... – fixou seu olhar novamente sobre Justin. –
Como é estar sempre cercado de fãs que o desejam e fariam de tudo para
conhecê-lo, e pessoas que se aproximam de você apenas por interesse? Não é
desgastante?
— Atualmente não é tão desgastante quanto
era no começo de tudo, quando eu estava assustado com a guinada que minha vida
deu tão repentinamente, apesar de eu ter trabalhado duro para chegar aonde
cheguei. Mas hoje eu paro e penso: estou exatamente onde queria estar. Tenho
que aceitar todas aquelas pessoas que se dizem minhas amigas por puro
interesse, e tenho também que aceitar o fato de que nunca vou sair de casa sem
que isso vire um tumulto. Contudo, vale a pena. Vale a pena porque em cada
lugar que vou existe alguém que me apoia, sempre há um fã que me fala coisas
boas e que me mostra que estou na direção certa. – Sorriu e completou em
seguida: – Meus fãs são a parte boa de tudo isso.
— Eu não acho que aguentaria tudo isso.
Seria muito com o que se preocupar.
— Pois em minha opinião, administrar uma
empresa é mais complicado que lidar com o que lido diariamente.
— Não é não. Meus funcionários cuidam de
tudo por mim, tudo o que tenho que fazer é dar ordens e assinar papéis.
E após algum tempo, foi inevitável o fim
da conversa e eles se viram presos ao constrangimento do silêncio.
— O que
aconteceu aos seus pais? – Justin, enfim, perguntou com cautela, quebrando o
silêncio que se formara entre os dois. – Não precisa responder se não quiser. –
adicionou apressadamente.
— Era manhã
quando meus pais saíram para trabalhar, – começou ela, seu olhar fixado ao
longo do estreito lago. – Ambos seguiam caminhos diferentes; enquanto minha mãe
iria se encontrar com uma cliente naquela manhã, meu pai seguia direto para a
empresa. Mamãe estava parada em um sinal quando um caminhão desgovernado
atingiu seu carro por trás, amassando mais de cinquenta por cento da lataria.
Com o impacto, ela bateu a cabeça no teto e no volante, mesmo estando com o
cinto de segurança. Ela morreu minutos depois no hospital por traumatismo
craniano. – Rebeca olhou para Justin, que estava petrificado, e depois para
suas mãos sobre seu colo. – Meu pai ainda estava no trânsito quando o avisaram
sobre o incidente com minha mãe. Em pleno desespero, ele acelerou o carro, mal
se importando com os sinais de trânsito e... E então ele perdeu o controle do
carro e desceu ribanceira a baixo. O carro capotou algumas vezes e só parou
quando atingiu o tronco de uma árvore. Os
bombeiros foram rápidos em retirar seu corpo antes que o carro explodisse em
chamas, mas ele não resistiu. – Voltou a olhar o lago enquanto dizia completava distante: – Desde então eu
passei a cuidar de minha irmã e tomei a frente da empresa.
Rebecca só
notou as lágrimas caírem quando Justin começou a limpá-las em seu rosto. Não se
contendo, ela lançou-se sobre Justin e o abraçou com força, escondendo o rosto
em seu peito.
— Me machuca
tanto te ver assim, Rebecca. – sussurrou num tom de voz melancólico. Afagou
seus cabelos carinhosamente, acalmando-a. Colocou uma mão sob seu queixou e, levantando
sua cabeça, uniu seus lábios em um só. Uma união repleta de tristezas e
pesares, de lágrimas agridoces e nostalgia por tempos passados; e apesar da
angústia existente no beijo, a felicidade, mesmo a controversa, também estaria
presente enquanto seus lábios estivessem selados sob a luz dos faróis do carro.
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Notas finais: Okay, depois de um século sem postar eu não espero que ainda tenha alguma leitora aqui, e se tiver - por algum milagre - alguém que ainda lê minha fic, me digam o que estão achando de Immature Love, por favor. É muito importante para um escritor saber o que os leitores estão achando da história.
Na minha opinião, este capítulo está incompleto, mas eu não consegui escrever mais que isso. E também eu queria parar de adiar e postá-lo logo, então me desculpem se não ficou bom o bastante.
Respondo aos comentários no próximo capítulo.
(P.S. Meu computador irá ser formatado e eu não sei quando o terei de volta, então talvez eu demore mais por causa disso)
Respondo aos comentários no próximo capítulo.
(P.S. Meu computador irá ser formatado e eu não sei quando o terei de volta, então talvez eu demore mais por causa disso)
Espera... Que perfeição de fic é essa? Não estou exagerando, estou falando sério. u.u Como sempre digo, amo o jeito que escreve, sem mas. u.u E sorry pelo tempo que passei sem comentar aqui.
ResponderExcluirSuas fanfics antigas não eram horríveis coisa nenhuma, eu acho que seu blog foi um dos primeiros que segui quando tinha começado a ler #IB's. Você era e ainda é uma de minhas inspirações para escrever minhas fics . (: ' Sim, talvez eu faça psicologia. Será uma honra ter uma autora futuramente famosa que nem você no meu consultório. u.u AHSUASH' Haha, obrigado por dizer que canto bem, eu acho que seria complicado uma carreira de psicologa feat. cantora, mas never say never, right? Haha!
E enfim... Eu amei o capítulo, está tudo perfeito, como sempre. É uma pena o que aconteceu com os pais dela... :/ E eles se beijaram, uhu! ~dança mesmo sem saber~ Haha, enfim, continua quando puder. Xoxo do Bieber! ♥
Eba, você postou mais um capitulo. Fazia tempo que não postava mais. Continua, esta perfeito.
ResponderExcluirpoxa
ResponderExcluirtá muito perfeito
tipo sério
Leitora nova!!! A-M-E-I sua #IB. Você escreve perfeitamente bem. Continuuuuuuuuuaaaaaaaa...
ResponderExcluirHeyyyy leitora nova!!!Que dia vai postar o novo cap???Amo muito as suas fanfics!!
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