Without You

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Eu quero agradecer aos comentários da primeira parte dessa Fic. Vocês foram muito gentis comigo. *---* Quase chorei aqui, gente. Muito obrigada!
Bom, espero que vocês tenham uma boa leitura (essa última parte não ficou bem o que eu queria, mas eu acho que chegou perto hahaha). Beijos! ;*

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Parte II


I won't run, I won't fly
I will never make it by without you
Without you
I can't rest, I can't fight
All I need is you and I
Without you


Mirian sentia-se exposta ao sentir o frio a abraçar, seu olhar rondava tudo ao seu redor enquanto seu corpo se encolhia com o medo. Ela não temia a noite nem quem poderia estar nela, temia, na verdade, a solidão. Logo ela, que sonhara com um conto de fadas onde a mocinha é perdidamente apaixonada pelo seu príncipe; logo ela, que se via vivendo a dois, com filhos e netos, com uma família grande e unida; logo ela, que por mais que visse o clichê como algo entediantemente chato, desfalecia quando ouvia num sussurrar aqueles textos que via com frequência em filmes de romance e drama, mas que sempre provocava um pequeno fervor em seu interior.

Solidão é algo que te faz rever seus próprios conceitos, e te faz querer valorizar o que já perdeu e que não tem mais volta. É uma estranha sensação de estar emersa ao vazio, num escuro frio e aterrorizante, que te atrai para dentro desse buraco e, sozinho, não há escapatória. A solidão é um lugar insano dentro da própria mente, habitável por uma única pessoa.

Mirian temia sentir-se solitária. E sentir esse medo a dominar, uma idéia louca a ressaltou.
Ela quis usar o impulso que passeava por suas veias para praticar essa mesma idéia louca, pois sempre que parava pra pensar melhor acabava desistindo e não fazendo o que mais desejava.

Pegou o celular em seu bolso e discou o número que há tempos estava gravado em sua memória. Torcia internamente para que o número fosse o mesmo.

Era loucura, a garota sabia disso. Fazer uma ligação diretamente de uma praia deserta às três horas da madrugada para um ex-namorado era uma completa insanidade. Mas quem se importava?

Esperou alguns segundos até ouvir um sussurro quase inaudível do outro lado da linha.

— Alô?! – ao identificar a voz, Mirian sentiu seu coração disparar, enquanto um choque elétrico atravessava seu corpo com uma velocidade inimaginável, despertando em si a saudade que tinha em ouvir aquela voz, aquela doce voz que fazia seu interior derreter-se ao poucos.
— Justin? Sou eu, Mirian. Por favor, não fala nada, apenas me escuta. – hesitou antes de continuar. – Eu sei o quanto isso pode soar clichê, mas eu não consigo continuar levando uma vida normal sem você ao meu lado. Quando você partiu, foi inevitável que uma parte minha não fosse junto com você. E essa parte que você levou consigo foi justamente um pedaço do meu coração. Coração esse que ficou impossibilitado de se reconstruir novamente, deixando-me sem condições de tentar me levantar diante da tua perda. A ferida que se abriu em meu interior se aprofundava um pouco mais a cada dia que se passava, e isso doía. Chegava a ser uma dor física, uma tortura física e psicológica. Eu sofri a tua partida como se sofre a morte de um ente. E mesmo tentando colocar tudo o que senti em palavras, nada consegue abranger a imensidão e a intensidade desses sentimentos. É simplesmente difícil de explicar e difícil de entender. Mesmo depois desses longos três anos, o amor que ainda habita em meu interior cresce inacreditavelmente a cada dia que se passa. Mas depois de um tempo todo esse amor em excesso me deixou sufocada. E todos os dias, antes de dormir, eu pegava meu celular em minha mão e ficava olhando-o, esperando a coragem vir, contudo, eu nunca consegui apertar o botão “chamar”. Porém, aqui estou afinal, dizendo o quanto a tua falta me faz mal...

O silêncio tomou conta do outro lado da linha, o que fez Mirian achar que o garoto havia caído no sono. Mas um pequeno ruído ecoou alto o suficiente para que ela pudesse ouvir.

— Mirian... oh, Mirian. Tantas coisas mudaram... tantas. – disse num sussurro. – Eu estaria mentindo se disse que não a amo mais, estaria sendo injusto se dissesse que, mesmo depois de tanto tempo, meu coração não palpita mais forte ao escutar teu nome. Nesse momento, uma parte de mim grita pra ir correndo onde você está agora e te envolver com os meus braços, mas a outra parte teme que tudo aquilo que machucou a ambos volte a acontecer novamente. Eu não quero criar expectativas, achando que dessa vez nada poderá impedir-nos, eu não quero me decepcionar outra vez e sofrer com a tua falta.
 — Não é mais preciso temer, Justin. Somos maiores de idade agora, ambos podemos fazer o que quisermos de nossas vidas, escolher os nossos próprios destinos. E a minha escolha é viver ao teu lado, sempre. Onde você for eu vou.
— Então quer dizer que você está disposta a estar comigo, seja onde for?
— Absolutamente.
— E onde você está neste exato momento?
— Em uma praia de Nova Iorque.
— Ótimo! Esteja em frente ao estúdio The Hit Factory em meia hora.
— O quê? – perguntou em um sobressalto. – Você está em Nova Iorque também?
— Sim. Estou terminado de gravar uma música.
— Oh meu Deus! Como eu não soube disso?
— Definitivamente, agora você sabe. – gargalhou – Estou te esperando.

E então a linha ficou muda. Mirian levantou-se atônita, pegando sua bolsa do chão e correndo até seu carro.

Mal podia acreditar em sua sorte. 


[...]


            Quando Mirian ouviu o sussurro dos passos, de quem achava ser do Justin, ecoando distante do lugar em que se encontrava, um misto de emoções se alastrou sobre ela, provocando pequenos tremores que não podiam ser contidos em seu corpo. Só conseguia pensar no quão grande era sua ansiedade em poder vê-lo novamente depois de tanto tempo longe um do outro. Sua mente criou fantasias de como ele a receberia e o que falaria – se seria apenas um longo abraço, ou um beijo apaixonado e demorado, ou apenas um fixar de olhos enquanto mantinha uma distância razoável, ou conversariam para assim poderem entrar em contanto um com o outro.     

            Enquanto esperava sua chegada, Mirian sentou-se num pequeno sofá encostado a parede, em frente à porta. Passou seu olhar clínico pelo cômodo em que se encontrava: três paredes estavam pintadas em um lilás suave enquanto outra se destacava em um roxo escuro; um abajur de aproximadamente um metro e meio estava milimetricamente situado ao lado de uma mesinha de madeira coberta com verniz, um vaso de rosas vermelhas no centro da mesma; três quadros de pinturas de paisagens foram cuidadosamente postos em uma fileira decrescente, de modo que o maior ficasse acima do médio e o médio ficasse acima do menor; uma grande luminária localizava-se no centro do teto, ele dividia-se em milhares de pequenas luzes, o que pareciam ser gotas de chuva douradas.

Observar o lugar a sua volta a fez distrair-se por apenas alguns segundos. Mas logo sua mente estava dominada pela ansiedade outra vez. Todo seu corpo, às vezes, se sacudia com o pensamento de que logo ele estaria ali, ao seu lado, dividindo o calor de seu corpo com o do dela...

Quando viu uma silhueta aparecer ante ela e fixar-se na porta, subiu o olhar – que até então estava cravado no chão – quase que instintivamente, como se sua vida dependesse desse olhar. Não pôde conter as lágrimas que já desciam suas bochechas antes mesmo que pudesse ficar ciente das mesmas formando-se em seus olhos. Mal registrou seus movimentos enquanto cruzava o espaço que o separavam. Estirou os braços ao redor do pescoço do garoto, enterrando seu rosto na camisa do mesmo, respirando aquele mesmo perfume que sentiu antes da última vez que se viram. E ela estava totalmente imersa a sensação de paz em que era estar ali, naqueles braços, os braços de quem tanto amava.
Quando, finalmente, se separaram, ambos estavam com suas respirações ligeiramente descompassadas e com seus corações palpitantes que mal podiam se conter. Justin observou as pupilas dos olhos azuis de Mirian dilatarem, a garota o olhava com tal intensidade que sentiu que ali, naquele momento, suas mentes estavam interligadas através de todos os sentimentos que sentiam. Os mesmos sentimentos que cogitou um dia não sentir mais, mas que se enganara, porque ao longo dos anos esses sentimentos se intensificaram – mesmo que estivessem distantes. E ambos sabiam que o amor que sentiam um pelo outro ainda existia dentro de si, e que sempre iria existir, talvez no futuro de uma forma mais intensa.

Justin deslizou suas mãos pela cintura da garota, trazendo-a com um firme aperto para mais perto de si. Ela, por sua vez, envolveu seu pescoço com seus braços enquanto fechava os olhos. Foi quando sentiu os lábios do garoto em encontro ao seu...

Todos os pensamentos pessimistas dissiparam-se de sua mente, todo medo que sentiu não fazia sentindo enquanto estivesse envolvida naqueles braços. E se dependesse dela, nunca iria provar desse medo novamente.    


Without you...


Fim!

6 comentários:

  1. Muito lindo. Você é perfeita pra fazer IB, amo todas :)

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  2. AMOR DA MINHA VIDA, MINHA LINDA,MEU AMOR divulga minha nova #IB? *-------* kkk

    http://rafbee-jb.blogspot.com.br/2012/04/teenage-dream-sinopse.html

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  3. Ah que lindo minha primcesa eu amei!!! Está fofo demais By Geovanna!

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  4. Nossa, ficou divino, muito lindo. Eu amei, beijos

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  5. Estou sem palavras Débora. Se isso é um trabalho de escola teu. Imagino quando você for fazer um livro... Minha nossa. Até arrepiei.

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  6. OH GOSH' como a Júlia Gabriela disse ae acima, totalmente sem palavras véy! *o*
    Muito perfeito, tão real e emocionante, não sei nem como descrever... Perfeito, totalmente perfeito! ='D

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