Do You Remember Me? / Parte 32

Fui para cozinha e comecei a preparar a janta. Eu não era um daqueles mestres de cozinha, mas eu me considerava até boa cozinheira. Fiz um prato que levava queijo, manteiga, bacon e mais alguns ingredientes, o nome do prato era Risoto à milanesa. O cheiro realmente estava bom.

- Oi, amor! – disse Justin aparecendo na cozinha. – Quer ajuda?

- Se você pudesse ir pegando os pratos eu agradeceria.

- Onde ficam?

- No armário. Segunda porta a esquerda.

- Ok. O cheiro está ótimo! Deve estar uma delícia.

- É.

- Desse jeito já dá pra casar.

- Hahaha’ Tu é muito palhaço.

- Eu estou falando sério.

- Aham, tá bom.

            Logo após a janta, eu fui lavar a louça, Justin tentou me ajudar, mas não deu muito certo, então nós ficamos conversando enquanto eu fazia todo o trabalho. Quando terminei, a campainha tocou. Assim que atendi, uma senhora – no qual eu não conhecia – me cumprimentou com um abraço, e disse:

- Oi, Alycia! Acho que você não deve lembrar-se de mim, sou a Alinne, sua professora.

- Ah, oi senhora Alinne! Entre, por favor.

- Senhora não, por favor, só Alinne.

- Ok... ér... preciso pegar algum livro?

- Não, querida, eu já trouxe seus livros.

- Ah tá.

            Fomos nos sentar sofá. Justin apareceu na sala e foi falar com a Alinne. Acho que eles já deviam se conhecer.

- Que saudade de você, Justin! – ela o abraçou.

- Também estava com saudade. Faz muito tempo que a gente não se vê.

- Pois é.

- Desculpa me intrometer, mas vocês já se conhecem? – perguntei.

- Sim. Às vezes eu estudava com você, quando ela ia te ensinar. Era divertido, a gente nem estudava, só ficava brincando.

- Legal! Mas eu nem lembro disso... – abaixei a cabeça.

- Não fica assim amor, um dia você vai lembrar-se de tudo.

- Esse “um dia” nunca chega... estou começando a desacreditar.

- Você não pode parar de acreditar, você tem que ser forte. – me abraçou – Promete que não vai desistir? Mesmo que as coisas pareçam desabar a cada dia mais, e você achar que está no fundo do poço? Promete?

- Só se você estiver ao meu lado.

- Eu estou e sempre estarei.

- Prometo.

- Assim que eu gosto de ver. – me deu um beijo na testa.

            A Alinne me entregou alguns livros. Começamos a aula por matemática, alguma coisa me dizia que essa matéria não era a minha preferida. Números, cálculos, problemas. Como já se não bastassem os meus próprios problemas.

Eu tinha que reconhecer que ela era uma ótima professora. A dedicação e a paciência era um de seus adjetivos. A Sra. Alinne – ou Alinne, como ela preferia – devia ter mais ou menos cerca de uns trinta anos. Seus cabelos eram caídos sobre os ombros; seus olhos tinham uma expressão marcante, de cor castanho claro; seus lábios eram finos e aveludados; tinha uma pele clara e delicada. Ela disse que era brasileira, assim como eu.

Após a aula de matemática, começamos a estudar sobre algumas guerras que aconteceram há anos e anos atrás. História. Não era tão ruim quando se falava em relação a matemática. Era uma matéria chata e entediante. Depois de saber todos os fatos da Guerra Fria – guerra que aconteceu após o fim da Segunda Guerra Mundial –, entramos no assunto de geografia. Os “três mundos”, que eram divididos em capitalistas, socialistas e pessoas que não sofriam nenhuma influência de nenhum desses dois sistemas. Tive a leve impressão de já ter estudado esse assunto. Na aula de português Justin ficou sem entender absolutamente nada. Nem eu entendia como sabia falar português. Se eu tinha perdido a memória, como sabia então saber falar em outra língua? Essa era uma pergunta na qual eu não sabia explicar.

Passado, presente, futuro. O português é muito detalhista. Detalhes ao qual eu não me interessava saber. O que eu realmente queria saber era do meu passado. De como foi a minha infância, de como foi os momentos bons e os ruins.

Antes de ir embora, Alinne disse que voltaria no dia seguinte para a aula de ciências, inglês e química. Justin falou que também iria estudar comigo daqui em diante, já que somos da mesma idade e estamos aprendendo as mesmas coisas.

Nós passamos o resto da noite assistindo a filmes em meu quarto. A Última Música, A Saga Crepúsculo: Eclipse e Uma Carta de Amor, foram cerca de quatro horas com os olhos grudados na tela. Logo depois de acabar o último filme, deitei-me na cama e Justin ao meu lado. Pensei em nossa história, e notei que não sabia nada. Foi aí que resolvi, então, saber mais de nós dois.

- Justin, eu gostaria de saber sobre nossa história. Sabe, quero saber como tudo começou.

- Bom, a primeira vez que a gente se viu faz um pouco mais de três anos, foi em Atlanta. Sua mãe iria trabalha pra mim. Eu fui atrás dela no seu hotel e quando vi você saindo do apartamento fui falar com você. Depois daquele dia a gente começou a se encontrar mais vezes. Mas você teve que voltar pra New York. A gente acabou perdendo o contato nesses três anos que ficamos distante um o outro. A mais ou menos quatro meses atrás nos reencontramos. Eu estava namorando uma garota e terminei com ela pra ficar com você.

- Mas você gostava dessa menina?

- Gostava como amigo. Eu só estava com ela pra não ficar sozinho.

- E ela ficou muito triste com o término do namoro?

- Triste eu não sei, mas ela tentou se vingar de você.

- Como?

- Foi ela que atirou em você.

Continua!

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 Vocês já estão e abandonando, né?! A #IB tá chata, eu sei. Eu quero chegar logo no fim, mas ainda tem umas coisas pra acontecer.