Do You Remember Me? / Parte 24

- Lembra de algum fato ou de alguma história que você já passou? – continuou o doutor.

            Ela fez uma cara de pensativa e depois de um tempinho respondeu:

- Não.

- Você sabe seu nome completo.

- Não, eu não sei.

- Você se lembra ou sabe o nome de alguém?

- Não.

- Nem o nome da sua mãe?

- Não.

- Ok, era tudo o que eu precisava saber. Por favor, não saia daqui. Venho falar com você daqui a pouco. Justin, por favor, me acompanhe.

           

Ele me levou até a sua sala, me pediu pra sentar e começou a falar.

- Acho que você já sabe o que está acontecendo, não é?

- Ela perdeu a memória, não foi?

- Infelizmente, sim. Eu não sei como isso pode ter acontecido, farei alguns exames para descobrir a causa dessa perda de memória.

- E isso vai demorar na sua recuperação?

- Ainda não sei. Vou começar a providenciar os exames, acho melhor você voltar para o quarto da Alycia, ou se preferir pode ir pra sala de espera.

- Sala de espera não. Mesmo que ela não lembre mais de mim, eu me lembro dela e tenho que cumprir a promessa que fiz a mim mesmo de protegê-la.

- É muito bonito ver o quanto você a ama, Justin. Hoje em dia é raro um jovem como você se entregar tanto a um amor. Mas me diga uma coisa, por que você disse que era amigo dela? Eu sei que vocês namoram, eu não entendi.

- Eu não sei porque fiz aquilo, mas eu fiquei muito decepcionado.

- Ela não tem culpa de não se lembrar de você, Justin.

- Eu sei disso, mas é que eu fico me lembrando de quando ela dizia que me amava e que nunca iria me deixar... agora eu nem sei o que vai se daqui pra frente. E se ela não quiser mais ficar comigo?

- Você sabe que o amor ultrapassa qualquer barreira, não sabe? Se ela te amava antes, então ela vai continuar te amando agora. Você só precisa dar tempo ao tempo, as coisas vão se ajeitar mais pra frente.

- Será mesmo?

- Se ela te ama de verdade, vocês vão ficar juntos. Se há amor, não há barreiras.

- É você tem razão.

- Agora se anime, vamos lá... sorria! Sua namorada, amiga... – fez cara de confuso e eu sorri – enfim, a Alycia está boa. Vá em busca da felicidade.

- Obrigado, obrigado por tudo! Além de doutor, o senhor é um bom conselheiro.

- Que isso... Só não gosto de ver as pessoas tristes.

            O doutor foi providenciar os novos exames e eu fui para o quarto da Alycia. Quando entrei lá, a vi olhando fixamente para um canto, acho que ela estava pesando. Me sentei na cadeira que ficava mais ou menos ao lado de sua cama. Rapidamente ela olhou pra mim se despertando de seus pensamentos.

- Desculpa, não queria te assustar. – falei dando um sorriso sem graça.

- Me responde uma coisa. Há quanto tempo nos conhecemos?

- Uns três anos.

- Três anos? Nossa! E como era nossa amizade?

- Bom, a gente era bem unido, tipo, bem unido mesmo...

- E o que você quer dizer com esse “bem unido”?

- Eu quero dizer que... ah, que a gente era do tipo Best Friends Forever.

- Hm... e a gente contava segredos um para o outro?

- Sim.

- Isso é tenso.

- Tenso por quê?

- Ah, porque eu não me lembro de você. Você deve saber um monte de coisas sobre mim, mas eu não sei nada sobre você.

- É verdade!

- O que você sabe sobre mim?

- Eu sei que você é bem esquentadinha, chatinha, amigável, linda, fofa e que eu te amo. – Opps! Acho que falei demais.

- Você me... ama?

- Sim.

- Me ama quanto?

- Amo muito, muito, muito, muito, muito mesmo.

- Nossa!

- Nossa o que?

- Você fala como se sentisse algo a mais além da amizade.

            Apenas sorri._ Ok, estava tão na cara assim? Aquela história de “só amigos” estava passando dos limites, já estava começando a me fazer mal._ Ficamos em silêncio até o doutor entrar.

- Oi, Alycia! Da última vez que nos vimos eu não me apresentei, então vamos começar tudo de novo, ok? Bom, meu nome é Caíque, trabalho aqui há alguns anos.

- Oi, Dr. Caíque! – ela sorriu.

- Preciso conversar com você.

- Pode falar.

- Eu quero te deixar informada sobre sua situação. – pausou – Bom, você chegou aqui ontem de dia com um tiro no ombro. Justin, esse garoto que está sentado na cadeira – apontou pra mim –, foi quem te trouxe pra cá. Você passou por uma cirurgia no ombro pra retirar a bala. À noite você acordou, mas logo em seguida teve uma parada cardíaca. E agora de manhã você acordou sem memória.

- Eu levei um tiro? – dava pra ver pela sua expressão que ela estava assustada. – Por que eu perdi a memória?

- Ainda não sei. Já providenciei alguns exames pra saber especificamente a causa dessa perda de memória.

- Hm... Posso fazer uma pergunta ao senhor?

- Sim.

- Eu tenho família?

- Claro que tem. Sua mãe passou a noite inteira aqui no hospital e agora está em casa descansando, seu pai disse que precisava resolver alguns negócios, mas que ainda hoje iria vir aqui te visitar. E também tem o Justin.

- E eu vou poder recuperar a memória?

- Só vou poder responder depois dos exames.

- Então vamos fazer logo esses exames.

Mode Justin off

Continua!

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