Déboraan: Do You Remember Me? / Parte 23

- Bom dia, Sra. Sampaio! – retribuí seu abraço. – Como combinamos anteriormente, a senhora pode ir pra casa descansar que eu vou ficar aqui.

- Até que fim! Minhas costas estão doendo muito, eu mereço umas boas horas de sono.

- Merece sim. Pode ir, qualquer coisa eu ligo.

- Ok. Tchau, Justin!

- Tchau!

Me sentei na sala de espera e fiquei de cabeça baixa.

Mode Justin off

...

Mode Mellanie on

Depois daquele fracasso, resolvi votar ao hospital no dia seguinte. Era mais ou menos oito horas da manhã. Fiz o mesma esquema de antes, e mais uma vez consegui entrar. Cheguei ao quarto da Alycia e vi que ela estava acordando.

- Mel? – falou após me ver. – O que você está fazendo aqui? Cadê o Justin?

- Não te falaram? Ele te abandonou. Deve ser bem difícil ter uma namorada no hospital. Imagina se ele ia ficar aqui, cuidando de você. Me poupe, né?! Agora ele deve estar lá, beijando outra agora.

- O que você está falando? O Justin nunca faria isso.

- Tem certeza? Então cadê ele? Ele está aqui agora? Acho que não...

- Você é uma cobra!

- Você me xinga porque eu te falei a verdade?

- Eu sei que você está mentindo.

- Acredite se quiser. Mas já que você quer tanto saber a verdade, vai lá na sala de espera, vê se ele está lá, procura ele por esse hospital, duvido que você o ache.

- Eu não vou cair na sua lábia, continuo não acreditando em você.

- Não me importo, mas quando você for sair desse hospital e ver que eu estou certa, eu vou querer ver sua cara, vou querer ver você chorando.

- Cala a boca!

- Você sabe que eu estou falando a verdade. Me diz porque o Justin iria preferir você com tantas e tantas garotas lindas que existem por aí?

- Sai daqui, sai daqui sua vadia!

- Tudo bem, eu saio. – sorri.

Eu sabia que ela tinha ficado mexida, sei que por mais que ela não queria tinha suas duvidas. E isso tudo fazia parte do meu plano. Saí de seu quarto e fiquei escorada na parede ao lado da porta. Eu tinha certeza absoluta de que ela iria sair daquele quarto. Depois de uns quinze minutos ouvi o barulho da maçaneta abrir. – É agora! – falei pra mim mesma e após ela ter saído, golpeei-a na cabeça com um cabo de vassoura que estava em minhas mãos. Ela desmaiou na hora. Por sorte não havia ninguém nos corredores. Com muita dificuldade consegui levá-la de volta para a cama, coloquei os fios e liguei os aparelhos. Saí de seu quarto satisfeita. Ela ainda não havia morrido, mas aquele pancada na cabala iria trazer muitos problemas a ela.

Mode Mellanie off

...

Mode Justin on

Já ia dar meio dia quando o doutor me autorizou pra ver a Alycia. Entrei em seu quarto, e fiquei admirando-a por alguns minutos. Sua boca ainda continuava meio roxa, seus olhos estavam rodeados pelas olheiras, sua pele estava branca e seca, mas ela ainda conseguia ser bonita, mesmo estando naquele estado. Finalmente, ela estava acordando.

- Alycia! – falei sorrindo ao vê-la abrir os olhos.

- Hã? Quem?

- Você está bem, amor? – estranhei.

- Amor? Que intimidade é essa?

- Como assim?

- Eu nem te conheço e você já vem me chamando de amor.

- O quê? Eu não estou entendendo nada, Alycia.

- Quem é Alycia? Quem é você? Onde eu estou e porque estou aqui?

- Tem alguma coisa de errado acontecendo aqui... ou você está brincando comigo? Olha, eu não gosto desse tipo de brincadeira.

- Brincadeira? Do que você está falando? Primeiro eu me acordo aqui nesse lugar e te vejo, depois você me chama de amor e agora você diz que eu estou brincando. Ok, eu definitivamente tenho que sair daqui. – se levantou da cama e foi caminhando até a porta do quarto. – Aliás, onde é que fica a saída daqui?

- Você não pode ir embora, você ainda está fraca. Venha, volte pra cama. – fui até ela e a carreguei em meu colo até a cama.

- Por que você fez isso? Quem é você pra decidir o que eu vou ou não fazer? Eu vou sair daqui sim.

- Você é teimosa, hein! Espera aí que eu vou chamar o méd... – antes de completar a frase, o médico entrou na sala. – Eu já estava indo chamar o senhor.

- Vejo que você acordou Alycia, como se sente? – perguntou o doutor.

- Olha, eu não quero ficar aqui, o senhor poderia me ajudar a ir embora? Eu estou ficando com medo.

- Medo de quê? – perguntei.

- Eu nem conheço você – se referiu a mim. –, não sei onde estou e o que me parece é que eu estou sozinha.

- Você não está sozinha, você tem a mim. – falei.

- Você não se lembra dele? – perguntou o doutor.

- E eu deveria me lembrar dele?

- Sim.

- Por quê?

- É que ele é seu...

- Amigo. – interrompi o doutor. Não sei porque fiz isso, mas eu estava ficando triste com aquela situação. – Eu sou seu amigo.

- Você é meu amigo? Mas como se eu não me lembro de você? – ela perguntou confusa.