Broken Heart / Parte 16

- Posso ir aí ficar com você?
- Claro, né?! Que pergunta mais boba.

- Hahaha’ Então eu estou chegando aí.

- Ok!

- Beijos!

- Tchau! Beijos!

                    

--- Ligação ---

                Dez minutos depois alguém tocou a campainha, desci correndo pra atender, mas a Bárbara foi mais rápida.

- Oi, amoooooor! – Empurrei a Bárbara e abracei o Justin.

- Oi, linda! – Ele me deu um selinho, meio assustado com minha atitude.

 - Vem, vamos para meu quarto. – O puxei pelas escadas.

                Nos sentamos na cama. Ele ficou me olhando calado. Parecia não estar entendo a situação... Parecia não estar entendendo o porque de eu estar agindo daquela forma com minha irmã.

- Ok! Acho que te devo explicações. Já está na hora de te explicar o que aconteceu entre eu e minha irmã.

- Olha, se não quiser falar sobre isso, não fale. Não estou te forçando a nada.

- Não esquenta. Você precisa saber.

- Se você prefere assim...

                Eu me levantei da cama, abri a porta e vi se não havia ninguém pelo corredor. Depois de checar, entrei novamente, tranquei a porta e me sentei na cama.

- Bom, eu sempre sofri muito com minha irmã. Ela sempre dava um jeito de acabar com minha vida... Ela sempre amou fazer isso. Enquanto eu a queria ver feliz, ela queria me ver triste. Eu era muito ingênua, e ela era muito mais esperta que eu. – Pausa. – Eu só tive dois namorados até agora, tirando você. Eu tinha um carinho enorme pelo meu primeiro namorado, ele era fofo e atencioso comigo, eu amava estar perto dele. Mas a Bárbara armou pra cima de nós, ela inventou uma mentira... Ela falou pra ele que eu tinha... Que eu tinha AIDS. Você acredita nisso? Como ela teve de falar uma mentira dessas?

- Minha nossa! E o que aconteceu?

- Eu tentei me explicar pra ele, mas ele não me deu ouvidos. A falsa notícia começou a se espalhar pela e escola, minha mãe e meu pai tiveram que ir lá tomar providencias. E no fim de tudo, eu tive que trocar de colégio e perdi o namorado.

- Você gostava dele de verdade?

- Eu sentia um grande carinho. Sabe, não é a mesma coisa que eu sinto por você. O que eu sinto por você é bem maior.

- Hum... É bom saber. – Sorriu. – Tem mais alguma coisa pra falar?

- Sim... Muitas. Bom, continuando a história... O meu segundo namorado se chamava Arthur. Ele era o que a maioria das garotas queria pra dividir a vida. Ele era simples e não era popular, tinha estilo e era romântico. Estávamos fazendo dois meses de namoro, quando minha irmã decidiu arruinar totalmente com minha felicidade. Era um dia de aula, eu e Arthur estávamos em frente ao colégio esperando tocar o sinal. Minha irmã me chamou, e disse que a diretora queria falar comigo antes de começar a aula. Eu duvidei, mas fui assim mesmo à diretoria. Quando cheguei lá a diretora disse que não tinha me chamado, então eu saí furiosa de lá e fui procurar a Bárbara. Eu a encontrei beijando o Arthur. Aquela cena foi a gota d’água pra mim. Eu queria enfiar minha cabeça debaixo do travesseiro, e ficar lá pra sempre. – Pausa. – Alguns dias depois ele veio me procurar, querendo se explicar, mas eu não quis dar ouvido. E foi só alguns meses depois, que eu descobri que foi tudo armação da Bárbara. E mais uma vez eu perdi o namorado.

- Mas já que você sabia da verdade, por que não voltou com o garoto?

- Ah, nem sei na verdade. Acho que o que eu sentia por ele desapareceu totalmente quando eu o vi beijando minha irmã.

- Nossa! Imagino como você dever ter se sentido mal.

- E também teve mais coisas...

- Teve mais?

- Sim.

- O que mais ela fez?

- Ér... Bom, esse assunto é bem difícil de falar... Sabe, eu perdi uma das pessoas que eu mais amava, e ainda amo. – Meus olhos encheram de lágrimas ao me lembrar do acontecido. – Minha irmã na verdade é minha meia irmã, ela sempre odiou meu pai. Foi meu pai quem deu amor, quem deu carinho e tudo o que ela precisava, mesmo assim ela o odiava. O pai de sangue dela, largou a mamãe quando ela tava com seis meses de gravidez, e de lá pra cá nunca teve vontade de conhecê-la. Então ela descontou toda sua mágoa no meu pai.

- Seu pai ainda é vivo?

- Na...Não. – Desabei a chorar.

                     Justin me abraçou, ele pôs minha cabeça em seu ombro, me fazendo ficar confortada.

- Se não quiser contar agora, não conte. Podemos deixar isso pra outro dia.

- Não, você precisa saber o quanto mais antes.

- Tá bom.

                     Eu me distanciei dele, limpei as lágrimas e continuei...

- Um dia eu, papai e Bárbara fomos fazer um piquenique. Nós estávamos nos dando super bem, a Bárbara parecia ter mudado. Eram umas cinco horas da tarde quando estávamos voltando pra casa. Minha irmã estava sentada no banco do passageiro, e... – Meus olhos outra vez encheram de lágrimas. – Ela puxou o volante. O carro atravessou a pista e bateu em algumas árvores que tinha por ali, meu pai sofreu traumatismo craniano e... Morreu. Eu fiquei em coma por alguns dias. A Bárbara só sofreu alguns arranhões.

- Eu sinto muito! – Ele me abraçou.

- E eu me lembro que quando eu estava na cama do hospital, ela foi lá e desligou os aparelhos. Eu não pude fazer nada, eu estava debilitada. E foi graças a uma enfermeira que minha vida foi salva, ela foi me dar um medicamento quando viu que tinham desligado os aparelhos.

- Minha nossa! Essa menina é bem pior do que eu esperava.

- É sim. Por isso eu peço, por favor, tome cuidado. Evite falar com ela, evite chegar perto dela, a evite.

- Tá bom. Não precisa se preocupar.

- Não quero te ver machucado, isso me mataria. Essa menina é capaz de tudo. TUDO!

- Me dá um medo quando te vejo falar assim.

- Mas é verdade. Essa menina é doente.

- Você sabe o que ela tem?

- Não. Eu até já pedi a mamãe pra que ela mandasse essa menina se internar, mas ela não me deu ouvido.

- E sua mãe sabe de todas essas histórias?

- Sim. Ela tenta passar uma borracha por cima disso tudo, mas é difícil. Ela amava muito o papai e quando ele morreu, ela quase cometeu suicídio. Imagine eu, sem pai nem mãe, ao lado de uma maluca. Nossa! Eu seria a próxima vítima dela.

- Não fala isso. Nem posso imaginar te ver... Morta. O.O’ Vamos parar com esse assunto, por favor.

...

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