Do You Remember Me? / Parte 37

            Depois de algumas semanas voltei para casa. Justin sempre estava comigo, me ajudando em tudo que fosse possível. Mas eu sentia que ele havia ficado diferente, era raro ele dizer um “eu te amo”, e mal me beijava. Ele havia ficado mais distante, embora estivesse ao meu lado o tempo todo. Isso me matava por dentro, por mais que eu não demonstrasse aquilo tudo estava me fazendo muito mal. Eu não sabia o porque ele estava daquele jeito, frio, seco, distante.

Junto com as lembranças do passado, vieram a tona tudo o que a Mellanie tinha me feito. Finalmente acharam a causa da minha perda de memória, eu me lembrei de quando ela bateu com aquele cabo de vassoura na minha cabeça. Agora seria três tentativas de homicídio, o que podia fazer a Mellanie passar o resto de sua vida na cadeia ou se condenada a pena de morte segundo as leis dos Estados Unidos. Porém, pra minha infelicidade, ela ainda estava desaparecida, o que me fez temer um pouco. Eu nunca pensei que sentiria medo dela, aliás, eu nunca senti medo de ninguém, mas depois de tudo o que aconteceu, as coisas começaram a mudar. Até ela poder ser presa, eu não poderei dormir em paz.

Minha mãe não trabalhou durante esse tempo todo pra poder ficar ao meu lado, me ajudando. Já o papai sempre que podia ia me visitar, o que me deixava muito feliz. Eu sentia muito a falta do papai enquanto viaja a trabalho com minha mãe, e era quase impossível vê-lo. Ele fazia de tudo pra não ser um pai ausente, mas não adiantava muito. Nós nunca tivemos um momento “pai e filha” depois que ele e a mamãe se separaram, e isso estava me fazendo muita falta.

O papai era um cara engraçado, sempre fazendo suas piadinhas – que na maioria das vezes eram sem graça. Ele se casou novamente depois de um ano da separação dele e da mamãe. Eu nunca havia conhecido sua nova esposa, mas pelo jeito ele falava dela, parecia ser uma boa pessoa. Derick Sampaio, um executivo bem sucedido, de boa postura e bem educado, milionário. Dentro de casa ele passava uma postura diferente... bem diferente, sabe aquele cara que faz todo mundo rir seja nos piores ou melhores momentos? Esse era meu pai. Eu o amava muito.

(...)

- Alycia, preciso falar com você. – Justin disse sentando-se em minha cama.

- Pode falar.

- Eu não sei por onde começar... Bom, eu tomei uma decisão da última vez que você foi parar no hospital. Não vai ser nada fácil, nem pra mim nem pra você, mas vai ser preciso, pro seu bem, pro nosso bem. Eu reconheci que se eu ficar mais algum dia ao seu lado, estarei te colocando em risco. E eu realmente te amo demais, pra te ver morrer. Não quero mais que você sofra por uma coisa que é problema meu, não quero mais que você tenha medo da Mellanie. Eu reconheço que sou o grande causador disso. É melhor a gente...

- Nem termine isso. – o interrompi – Você quer terminar, é isso? Cara, eu não me importo com os outros, não me importo se eu corro risco ou não, porque pra poder te ter eu faria tudo e enfrentaria todos. Escalaria montanhas, lutaria contra o exercito, atravessaria os mares e até mesmo suportaria todas as dores do mundo só pra poder te ter. Enquanto estou ao teu lado nada mais importa, e é ao teu lado que eu quero ver a Mellanie pagando por tudo o que ela fez. E se fosse pra passar por tudo de novo, eu passaria. Mas, por favor, não me deixa, não me deixa.

            Justin permaneceu calado. E eu já estava aos prantos. Não poderia imaginar que um dia eu ouviria isso da boca dele. A dor no meu peito foi mais forte que o tiro em meu ombro, a vassourada em minha cabeça e a pancada em minhas pernas. Meu coração parecia parar a cada segundo que se passava. Ninguém jamais poderia entender a dor que senti naquele momento.

- Justin não faz isso comigo. Eu tenho certeza absoluta de que estaria pior se você não estivesse comigo.

- Alycia...

- Não fala nada, só quero que você continue comigo, não quero que me deixe.

            Me joguei em seus braços, entre soluços. Ele me abraçou forte. Eu desejei ficar ali com ele por resto da minha vida.

- Diz que jamais me deixará.

- Eu não vou te deixar amor, me desculpa. Eu fui um idiota. Nós vamos vencer tudo juntos. Eu e você.

- Te amo!

- Te amo mais!

(...)

--- Ligação ---

- Alô?!

- Alycia? Sou o delegado David que cuida do seu caso. Tenho boas notícias.

- Então fala.

- Conseguimos prender a Mellanie.

- Não brinca?!

- É sério. Nesse momento ela já está sendo transferida pra uma penitenciaria.

- Oh meu Deus! Eu... eu estou muito feliz! Obrigada, muito obrigada!

- Você não precisa agradecer, só cumpri meu papel.

- Do mesmo modo, você tratou do caso com muita dedicação. Obrigada!

- Sendo assim, por nada. Bom, tenho que desligar, chegou um caso aqui bem complicado.

- Tudo bem, tchau! E boa sorte!

- Obrigado! Tchau!

--- Ligação ---

            Desci as escadas correndo, Justin estava assistindo TV na sala. Mal podia me conter, eu tinha que falar ao Justin a boa nova. Pulei no colo dele, que me olhou um pouco assustado.

- O que foi isso garota?

Continua!

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Me desculpem mais uma vez pela demora. Como essa iria ser a última parte eu iria demorar um tempo pra postar, mas eu resolvi postar essa parte e deixar a próxima pra ser a última. Sim, Do You Remember Me? está chegando ao final. =)